Frozen da Disney e a homofobia – Uma leitura do filme e do mundo gay

Frozen da Disney e a homofobia pode conter spoilers do filme Frozen.

Frozen da Disney e a homofobia explora a forte relação do que população LGBT sofre com o que os personagens do filme passam.

Frozen da Disney e a homofobia – O óbvio nem sempre é visível aos olhos

Muitas vezes somos influenciados a criticar coisas que consideramos clichês.

Talvez pelo seu uso excessivo, tendemos a não creditar valor a certas obras que falam daquilo que estamos “cansados de ouvir”, porém nem sempre o óbvio é o mais visível aos nossos olhos.

Eu me lembro que ouvi de um amigo uma crítica bem severa em relação ao filme Frozen, da Disney.

Algo que ia justamente no sentido do clichê, mas ao assisti-lo a mensagem que eu tirei foi tão bacana que resolvi até escrever sobre isso, não por seu ineditismo, mas por ser algo que me tocou muito.

A história apresenta a trajetória de Elsa e sua irmã Anna, ambas princesas de um reino distante.

Juntas elas enfrentam uma série de problemas porque a mais velha, Elsa, nasceu com o poder de congelar as coisas ao seu redor.

Temendo o pior e para protegê-la, seus pais a aprisionam no castelo e impedem que ela tenha contato com outras pessoas, inclusive com sua irmã mais nova, Anna.

Ao se tornarem órfãs, Elsa tem que assumir a coroa do reino, e é na cerimônia de coração que seu segredo é revelado para a multidão, que imediatamente a consideram como um monstro.

Elsa então foge para a floresta onde constrói um castelo de gelo para si, enquanto a destemida Anna decidi ir ao seu encontro para resolver as coisas.

O interessante para mim nesse contexto, foi ver Elsa tornando-se mais livre no castelo de gelo do era no antigo.

A partir daquele momento ela se sentiu confortável pela primeira vez para ser quem era, é quando inclusive ela canta a música que poderia ser um verdadeiro hino de saída do armário.

Frozen da Disney e a homofobia – Um paralelo entre o mundo gay e os personagens

Neste momento eu pensei em quantos de nós ainda vivem em seus próprios castelos de gelo, um único e protegido lugar onde se sente a segurança para ser verdadeiro consigo mesmo.

Elsa tinha tanto medo de machucar os outros que para ela um reino de solidão e frieza parecia ser mais acolhedor do que sua cidade natal em meio aos seus familiares e cidadões.

Bom, eu mesmo já passei por isso devido ao meu “segredo”.

Passei uma boa época da minha vida acreditando que viver isolado em meu próprio castelo era a melhor escolha para não machucar aqueles a quem amava ou a todos no mundo.

Eu me considerava um monstro.

Porém, assim como mostra o filme, hoje sei que isso não é verdade.

Os poderes de Elsa não a tornavam um monstro, o que a fez perder o controle de seus poderes e congelar tudo no reino, foram as atitudes das pessoas, que, por ignorância ou puro interesse, agiram no sentido de aprisioná-la ou mesmo acabar com sua existência (e será que isso se relaciona com alguma coisa do nosso próprio mundo gay?).

O desfecho do filme pode parecer clichê num primeiro olhar, mas ele faz muito sentido para quem já viveu com o coração congelado em meio a um rigoroso inverno emocional.

O amor é sim a única coisa que pode aquecer o inverno de nossas almas, é ele que nos completa e amorna a vida.

Eu fiquei muito satisfeito com o filme e minha empatia com Elsa não poderia ser maior.

Também fiquei muito feliz ao ver que a mocinha do filme, Anna, não precisou do mocinho para acabar com o vilão e, principalmente, que não foi um beijo entre o casal que mudou a história, o amor que aqueceu tudo foi o da mocinha salvando sua irmã ao protegê-la de um ataque de ódio (facilmente comparado à homofobia).

Terminei o filme torcendo para que o mundo aprenda a ser mais Anna, que tenham menos pais pedindo para seus filhos esconderem quem são e que, principalmente, as Elsas do nosso mundo consigam sair de seus castelos de gelo e se reunir conosco para celebrarmos a beleza de ser quem somos.

E assim convido a quem não viu ainda, a assistir ao filme Frozen – Uma aventura congelante e depois me contar o que achou.

 

E no mais, continuemos firmes e fortes.

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