Magic Mike XXL, 2015
Estreia: 30 de Julho de 2015
País / Ano de Produção: EUA / 2015
Duração: 115 minutos
O que dizer de Magic Mike XXL??? Que filmes em sequência são desafiadores e na esmagadora maioria ruins? Que geralmente carinhas bonitos e malhados raramente sabem atuar com alguma profundidade? Que o filme que investe em corpos geralmente não investe em miolos? Que o filme é feito para o mercado americano onde o stripper toma uma dimensão inexplicável para o público brasileiro?
Tudo isso é verdade, mas vamos e convenhamos, ninguém na sala de projeção está ali com a intenção de ver um Goddard ou um Hitchcock… O público comprou o ingresso pra ver tanquinhos remexendo, bundas rebolando e caras bonitos em um filme de entretenimento básico. Não há nada de ruim nisso. E sejamos justos, isso Magic Mike XXL entrega o que promete, o filme passa rápido, diverte, a história serve de pano de fundo pros garotos rebolarem e tirarem a roupa e o elenco tem que ser aplaudido de pé por tanta beleza, apesar de faltar um pouco de pelos na minha mais pessoal opinião…
O filme gira em torno de strippers já na casa dos 30, que não tiveram lá muito sucesso em outras carreiras mas que partem em busca de uma última apresentação em uma competição de strippers que lhes renda um bom dinheiro e uma saída honrosa do cenário, provando que os tiozinhos ainda sabem rebolar.
Aqui eu devo fazer um parêntese pra explorar duas coisas que o público brasileiro pode não compreender na cultura americana.
A primeira é a relação do americano com o strip-tease. Pra eles essa é uma instituição cultural, moldada para um povo que não está acostumado ao contato físico entre as pessoas. O brasileiro até acha legal, mas pra quem tem micaretas e carnaval, o stripper não é lá uma preferência nacional.
Culturalmente falando nós temos uma relação muito diferente com o contato físico, o corpo, a sensualidade, temos mania de abraçar, beijar, ir botando a mão, a boca, e outras coisas mais, mas o americano tem toda uma distância, um espaço pessoal que é quase sagrado e inviolável.
E o stripper tem o poder de invadir esse espaço com a sua sensualidade, provocação, fazendo as pessoas gemerem e gritarem só pelo fato do cara ter chegado muito perto ou encostado de leve. Reparem que a regra é muito clara, o stripper pode avançar, encostar, beijar e mexer, mas o público não, tem que deixar o stripper trabalhar sem tomar iniciativa de absolutamente nada que não fazer caras e bocas e soltar gritinhos de satisfação e prazer. Chega a ser um prazer meio lúdico.
A outra coisa que americano gosta mesmo e o brasileiro não dá tanta bola são esses campeonatos de qualquer coisa. Reparem, é campeonato de strippers, de líderes de torcida, de dança, de beleza, de tamanho de legumes, de comer cachorro quente. É uma característica interessante de uma sociedade extremamente competitiva, voltada para o sucesso, que molda seus membros para que eles estejam sempre buscando ser os melhores. Goste você ou não disso, eles são assim.
Mas voltando ao filme, as interpretações não são excepcionais. Pra quem viu Matt Boomer no papel do repórter aidético no filme The Normal Hearth sabe que ele é um ator competente, que teria muito mais a dar, mas o roteiro não exige, apesar de alguns diálogos interessantes. Channing Tatum está muito confortável no papel, mesmo porque ele foi stripper na vida real e as sequencias de dança dele mostram um nível muito superior aos outros, ainda que os outros atores também não façam feio nas suas coreografias. Joe Manganiello e Adam Rodrigues cumprem seus papéis, são lindos, são gostosos, estão em forma e rebolam quando precisam. Tenho absoluta certeza que vai ter muita gente morrendo de inveja da Andie MacDowell… hehehehehehehe
Enfim, o filme é ótimo pra passar o tempo, em alguns poucos momentos faz o público rir com algumas passagens engraçadinhas, mostra bem os corpos esculturais dançando e quem sabe pode te ensinar alguns movimentos novos pra impressionar alguém especial. Mas se você quiser mais que isso, por favor assista outro filme!!!
