Conheça as 5 dimensões da sexualidade humana que transcendem a visão binária: a expressão de gênero, a identidade de gênero, a orientação romântica, a orientação sexual e a característica biológica.
A sexualidade faz parte de nossa construção e vida. E já sabemos que somos pura transformação, adaptação e diversidade, aliás talvez por isso tenhamos sobrevivido a muitas outras espécies.
Mas quando se trata dela, da nossa sexualidade, a maioria das bandeiras se levantam com apenas duas cores: azul para meninos e rosa para meninas.
Como se identidades e comportamentos fossem intrínsecos, vemos a defesa do hipermasculino e do hiperfeminino com brados como “homem não chora”, “ela já sabe cozinhar, está pronta para casar”, e muitas outras crendices populares.
Assim a sociedade vai ficando doente, presa a moldes impossíveis que restringe a totalidade e a diversidade de cada um, em prol de criar uma série de pessoas-produtos que devem atender as especificações de mercado sobre como agir, o que falar e com quem se relacionar.
E quem ganha com isso?
Talvez só a indústria farmacêutica dos remédios controlados, que vem se tornando nossa mais importante aliada para controlar ansiedades, depressão, ataques de pânico, violência, frustração, perda de sentido, entre outros.
A maioria das religiões, amedrontadas em perder sua relevância num mundo que se transforma constantemente e se liquidifica em mil caminhos, tenta se apoiar em uma visão conservadora como único viés possível, ganhando naqueles que se acomodam em zonas de conforto pré-moldadas – menos trabalhosas e dolorosas que a mudança e o autoconhecimento – seus adeptos mais fervorosos.
E assim, o binarismo vem ganhando força para que só dois lados lutem um contra o outro, em uma batalha rasa, sem debate e com muitas frases prontas – tal qual vemos nas discussões sobre política, que de política tem bem pouco.
O interessante é que o prejudicial binarismo e seus derivados no campo da sexualidade e identidade de gênero é desafiado já há muito tempo, se pensarmos, por exemplo, no levante feminino que defendeu a igualdade dos gêneros, já vemos um movimento de libertação abrindo caminho em um mundo quase monocromático.
A mulher saindo do âmbito da casa e entrando no mercado de trabalho, fenômeno bem observado na Segunda Guerra Mundial, abriu a porta para novos paradigmas que desafiaram a soberania masculina, em uma luta que continua até hoje.
E este foi um dos mais importantes gestos para a sociedade começar a se transformar. O choque de papeis pré-definidos, ainda defendido pelos mais conservadores e medrosos de mudança, colocou luz sobre questões fabricadas pela mente de poucos para controlar muitos.
A própria ciência e seus estudos escancarando o armário dessas crenças, debateu as ideologias demonstrando que quase tudo é cultura, e de natureza humana – no sentido mais purista do conceito – já temos bem pouco.
Desse modo, já sabemos que papeis são culturais, definidos pela nossa sagacidade mental, capaz de ler e recriar os parâmetros de nossa própria existência.
Assim sendo, vale a provocação: Por que não aceitar a nossa pluralidade, abrindo espaço para evoluções e mudanças ainda nem imaginadas, apenas permitindo as pessoas serem o que são?
Veja, tirando sua genitália que te define entre dois âmbitos: macho e fêmea, todo o resto se baseia em construção cultural.
Em recente estudo, a consultoria Diip.co apresentou algumas dimensões possíveis para as características humanas. Porém longe de ser um manual definitivo com novas caixas para nos enquadrarmos, é apenas um guia inicial para vermos além do binário.
Acredito, particularmente, no dia em que essas caixas serão abandonadas e seremos vistos como únicos, seres vivos livres para serem o que são e reinventarem quando quiserem.
Um dia, espero, heterossexual, homossexual, bissexual ou outros termos sejam palavras distantes de classificações não mais necessárias.
Mas, enquanto isso, pelos menos abrimos nossa mente para a pluralidade dos seres humanos e suas expressões, nos permitindo acrescentar um mundo de cores novas nessas bandeiras apenas azul e rosa.
As 5 dimensões da sexualidade:
1. Expressão de gênero
É a forma como você age, se veste, se comunica e como essas características são interpretadas baseadas em normas de gênero.
Algumas expressões mapeadas atualmente são:
Andrógena – Se veste, age e se comunica com características interpretadas como masculinas e femininas;
Feminina – Se veste, age e se comunica com características interpretadas como feminina;
Masculina – Se veste, age e se comunica com características interpretadas como masculinas;
Neutra – Se veste, age e se comunica com características indefinível entre masculinas ou femininas;
[Ou descreva sua própria expressão de gênero].
2. Identidade de gênero
É o gênero com o qual você se identifica. A identidade de gênero pode ser igual ou diferente do gênero que foi designado a você no nascimento.
Algumas identidades de gênero mapeadas atualmente são:
Agênero – No nascimento foi designado como homem ou mulher e agora prefere não se identificar com nenhum dos dois;
Fluído – No nascimento foi designado como homem ou mulher e agora ora se identifica como homem, ora se identifica como mulher;
Genderful – No nascimento foi designada como homem ou mulher e agora se identifica como homem e mulher;
Homem Cis – No nascimento foi designado como homem e agora se identifica como homem;
Homem Trans – No nascimento foi designada como mulher e agora se identifica como homem;
Mulher Cis – No nascimento foi designada como mulher e agora se identifica como mulher;
Mulher Trans – No nascimento foi designado como homem e agora se identifica como mulher;
[Ou descreva sua própria identidade de gênero].
3. Orientação romântica
É relacionado ao gênero pelo qual você sente atração romântica/afetiva.
Algumas orientações românticas mapeadas atualmente são:
Arromântica – Quando você não sente atração romântica/afetiva.
Birromântica – Quando você sente atração romântica/afetiva por um gênero diferente do seu e também por um gênero igual ao seu.
Fluída – Quando você sente atração romântica/afetiva ora por um gênero diferente do seu, ora por um gênero igual ao seu.
Heterorromântica – Quando você sente atração romântica/afetiva por um gênero diferente do seu.
Homorromântica – Quando você sente atração romântica/afetiva por um gênero igual do seu.
Panrromântica – Quando você sente atração romântica/afetiva por vários gêneros.
[Ou descreva sua própria orientação romântica].
4. Orientação sexual
É relacionado ao gênero pelo qual você sente atração sexual.
Algumas orientações sexuais mapeadas atualmente são:
Assexual – Quando você não sente atração sexual.
Bissexual – Quando você sente atração sexual por um gênero diferente do seu e também por um gênero igual ao seu.
Celibatária – Quando você opta por não se relacionar sexualmente, mesmo sentindo atração sexual.
G0Y (HSH) – Quando você é homem e sente atração sexual por outros homens, mas mantém relações sexuais só sem penetração.
Heterossexual – Quando você se sente atração sexual por um gênero diferente do seu.
Homossexual – Quando você se sente atração sexual por um gênero igual ao seu.
Panssexual – Quando você sente atração sexual por vários gêneros.
[Ou descreva sua própria orientação sexual].
5. Sexo biológico
Características físicas que carregamos desde o nascimento, como órgãos genitais, hormônios e cromossomos.
Sexo biológicos mapeados atualmente:
Fêmea – Genitália feminina e linha cromossomos XX.
Macho – Genitália masculina e linha de cromossomos XY.
Intersexo – Variações congenitais de anatomia sexual ou reprodutiva que não se encaixam nas definições tradicionais de fêmea ou macho.
E essas são algumas das dimensões possíveis, delas é possível se multiplicar várias outras.
Acredito que o mais relevante é se manter aberto e abraçar o diferente e o plural da nossa própria espécie.
Eu mesmo, até ter acesso a essa pesquisa, sabia pouco sobre o tamanho da nossa diversidade e ainda tenho certa dificuldade em entender algumas dessas dimensões, contudo estou aberto para aprender mais e dialogar sobre elas.
Contudo, definitivamente eu me conheci melhor ao ter acesso a esse estudo e percebi poder ser muito mais do que sou.
Nesse sentido, hoje estou mais aberto e propício para expandir minha própria existência, minha expressão e minha ação no mundo.
E assim, continuemos firmes e fortes nas nossas batalhas.
ATUALIZAÇÃO EM 10 DE JULHO
Recebemos a dica da imagem abaixo, com o biscoito da sexualidade, de um dos nossos amigos do grupo e eu achei tão bacana que resolvi adicionar aqui também:
Referências
diip.co; Meus Pequenos Venenos;
Atualmente, há um check-list, genero e sexualidade, para “definir” homo, bi e hetero! Por meses, eu e o zelador, ficamos bem amistosos! Discretamente! Num sabado, me surpreendeu pedindo para me ajudar a levar as compras! Nos beijamos demorado ao chegar no apartamento! Sugeri me ajudar a guardar as compras e fomos ao sofá e transamos! No meu ouvido disse estava Sem pressa de deixar meu anus! Somos cisgeneros e já vinhamos sendo, amistosos sem demonstrarmos querermos aquele momento! Como senti ele excitado, parecendo a mais tempo, disse que era Bi e estando perto da vigia, estava já turbinado quando subimos! Maroto disse a ele, turbinado por um genero e penetrando outro! Ou seja: transar passa por escolher, a modalidade, em alguns momentos!