Agatha Christie: Meu grande amor

Agatha Christie é uma escritora de suspense e dramas de detetive que envolve os leitores em tramas complexas e cheias de reviravoltas. 

Então já fiquem calmos, não estou namorando uma garota de nome estranho, mas já não posso mais negar que amo essa inglesa do fundo do meu coração.

Agatha nasceu muito antes do que eu, na verdade morreu dois meses antes de eu ter nascido, e em 2016, quando eu completar 40 anos de vida, ela já terá completado 40 anos de sua morte.

A culpa desse amor é da minha mãe, foi ela quem nos apresentou, meio que por um acaso involuntário, afinal na estante da minha mãe repousavam muitos “pedaços” de Agatha, que me fascinavam e me chamavam como no canto de uma sereia. Mal sabia eu que uma vez aberto o primeiro “pedaço” eu estaria completamente preso, fisgado e perdidamente viciado.

É verdade que esses “pedaços” dela não eram exclusivos. Atualmente se estimam terem mais de quatro bilhões de “pedaços” dela espalhados por aí, traduzidos em mais de 100 línguas, e olha que eu nem sabia que existiam tantos idiomas assim…

Nessa altura do texto alguns já imaginam de quem eu falo, outros tantos não. Mas acabando o mistério, que era aliás seu maior talento, estou me referindo a Dame Agatha Christie, talvez a maior dama do mistério mundial. Ela foi autora de nada mais, nada menos, que 66 romances policiais, 14 coletâneas de contos e outros romances. É a terceira maior autora em quantidade de cópias vendidas, ficando atrás apenas de seu conterrâneo William Shakespeare, e da Bíblia. Sua obra foi adaptada para dezenas e dezenas de filmes, peças de teatros, séries e mini-séries.

Nossa história de amor começa lá pelo final dos anos 80, início dos anos 90, quando eu já tinha por volta dos meus 12/13 anos, e eu me lembro de ser fascinado com os títulos de alguns de seus livros, especialmente Assassinato no Expresso do Oriente, O Caso dos Dez Negrinhos, Morte no Nilo, Tragédia em Três Atos, e tantos outros que ficavam na estante da minha mãe.

Aqui, em honra a esse amor, preciso confessar publicamente que meu gosto pela leitura não nasceu da leitura dos clássicos, nem dos livros da Fuvest… Não!!! Quem me fez apaixonado pela literatura foi Agatha Christie!!! Julguem-me, mas é a verdade…

Ela me fazia viajar, sonhar e me empolgar com histórias que iam do bizarro ao eletrizante, que me mantinham acordado durante noites a fio. Pra mim que era adolescente, gay, enrustido e que sofria bullying na escola, ela me proporcionava horas e horas do mais puro refúgio e prazer. Daí que meu sentimento não é só de amor pela obra, mas também de gratidão eterna por me ajudar a passar por uma das fases mais difíceis da vida.

Quando minha mãe decidiu se desfazer da sua biblioteca, fui eu lá correndo salvar a Agatha. Trouxe todos pra casa. Depois de um tempo pensei muito em doá-los para alguém que pudesse dar mais utilidade a eles. Infelizmente fui egoísta e não consegui. Continuam em casa, um pouco empoeirados é verdade, mas estão lá confortando meu coração e trazendo muito boas lembranças…

Acredito que seu estilo de escrita e as cenas e costumes descritos por ela me fizeram ser apaixonado até hoje pelos ingleses, pela Europa e pelas estilo das décadas de 50 e 60 até hoje. Monsieur Poirot e Miss Marple são figuras que ocupam lugares de destaque no meu panteão particular de heróis, e com certeza essa senhora inglesa a quem nunca conheci foi uma das pessoas que mais me impactou na vida.

Para aqueles que nunca leram algum livro de Agatha Christie, sinto profundamente por vocês, nem tenho palavras para expressar meu pesar por vocês… Mas ainda é tempo, são livros não tão grandes, gostosos mesmo de ler e com uma grande capacidade de divertir. Permitam-se!

Enfim, deixo aqui minha singela homenagem a essa impressionante autora, cuja obra impactou a vida de tantas pessoas. Esteja onde estiver, espero que continue exercendo seu maior talento e escrevendo apaixonadamente como sempre fez!!!

1 comentário em “Agatha Christie: Meu grande amor”

  1. Lindo seu depoimento Gui!
    Vou seguir seu conselho e conhecer essa deslumbrante senhora.
    Os livros que marcaram minha adolescência foram os do autor Pedro Bandeira com a Marca de Uma Lágrima e todos que tinham os Karas.
    Bjs!

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