Azul é a cor mais quente de Abdellatif Kechiche

Azul é a cor mais quente de Abdellatif Kechiche é um filme sobre duas mulheres e sua tórrida paixão e tem base em um livro de mesmo nome. 

Cartaz de Azul é a Cor Mais Quente
Cartaz de Azul é a Cor Mais Quente

Ficha Técnica
Título: Azul é a cor mais quente (La Vie d’Adèle – Chapitres 1 et 2)
Direção: Abdellatif Kechiche
Gênero: Drama
Ano: 2013
Duração: 3 horas

É interessante ver que a crueza dos nossos sentimentos e a delicadeza de nossa nudez ainda podem causar certo alvoroço nas pessoas.

Talvez isso seja a maior demostração de que vivemos uma era onde os filtros extrapolam aplicativos de celular e invadem a percepção que temos de nos mesmos e do mundo ao nosso redor.

Esse foi o maior impacto que o filme do diretor Abdellatif Kechiche me causou. De todas as cenas de sexo explicito, da nudez crua ou das brigas dramáticas, foi o retrato “sem filtros” da realidade humana que mais me tocou nesta obra.

O filme, baseado em livro homônimo, conta a história da jovem Adèle (Adèle Exarchopoulos) e seu relacionamento apaixonado e conturbado com a estudante de artes Emma (Léa Seydoux), cujo azul de seus cabelos compõe parte do nome da narrativa.

Como um bom filme europeu, a nudez e as cenas de sexo são fartas e revelam o mundo do amor lésbico de forma poética, crua e envolvente. Para quem não imagina como é o sexo entre duas mulheres, é uma verdadeira aula audiovisual que não deixa dúvidas de como funciona essa mecânica.

Porém, para aqueles que esperam uma narrativa de embate à homofobia, pode ser uma decepção, pois apesar do filme demonstrar essa problemática, é o amor das duas jovens que leva a história, aliás a linda história de amor que revela o pior e o melhor que podemos ser em uma relação recheada de sentimentos intensos e profundos.

Não sei se foi a beleza de Adèle Exarchopoulos que tornou seu personagem tão envolvente, ou se foi a história em si, mas é certo que terminei o filme encantado com a insegura professora e seus dilemas.

O gosto amargo do final do filme só não é maior do que deve ter sido para os leitores do livro, que logo na abertura descobrem uma personagem morta. O filme foi econômico neste sentido e poupou os expectadores de lidar com esse aspecto da história.

Recomendo especialmente o filme, com três horas de duração, para aqueles que apreciam os desdobramentos do tal sentimento que nos move e nos consome, afinal o filme mostra bem como ele pode ser nosso céu e inferno, e isso tanto entre homens, entre mulheres ou entre casais mistos.

E no mais, continuemos firmes e fortes.

Referências
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