Bem-te-vi de Marli Porto

Bem-te-vi é um título infanto-juvenil de Marli Porto que apresenta uma linda história de amor entre dois adolescentes em época escolar.

Ficha Técnica
Autor: PORTO, Marli
Título: Bem-te-vi
Edição:
Local de Publicação: São Paulo
Editora: Orgástica
Ano: 2014
Número de Páginas: 88

Para quem se descobre homossexual ainda em tenra idade, sabe o quanto é difícil passar pela fase escolar e enfrentar o preconceito manifestado em forma de assédio moral (bullying).

Muitas vezes nos sentimos solitários, o que pode ainda criar a sensação de sermos “sozinhos no mundo”, por isso defendo e registro aqui todas as obras culturais que tenho acesso cuja construção apresenta a homossexualidade como algo normal, apenas mais uma das faces humanas, presente de muitas formas em todos os lugares deste planeta.

Neste sentido, sinto muita falta de obras literárias infanto-juvenis com o universo LGBT sendo apresentado de forma franca e direta, pois elas, com certeza, teriam feito minha adolescência mais fácil, simplesmente ao mostrar que no mundo havia outros homossexuais, inclusive com os mesmos direitos à felicidade que pessoas heterossexuais.

Dentro desse quadro, a escritora Marli Porto lançou recentemente o Bem-te-vi, um livro que apresenta a história de Daniel, um jovem ainda na escola que enfrenta os dilemas de ser homossexual nessas terras verde-e-amarela.

Sofrendo assédio de um valentão, o preconceito dentro de casa e apaixonado por um colega esportista, Daniel passa por muitas das coisas que nós vivenciamos na juventude, tudo isso contado em uma linguagem fácil, direta e com um final encantador – que me causou um convulsão de “awnn” na cafeteria onde terminei a leitura.

O livro consegue criar uma empatia imediata com o leitor, mas ele não só diverte, como também informa, como, por exemplo, no trecho onde Daniel pensa sobre sua situação na escola:

Havia sete anos que estudava naquela escola, e não queria, agora, na sétima série, ter que mudar para outra para escapar do bullying homofóbico que sofria. Um preconceito que, muitas vezes enraizado nas famílias, é praticamente passado de pai para filho (p. 62).

A verdade deste trecho fez dele uma das minhas citações favoritas, pois é justamente para combater essa raiz machista que incentivamos mais obras onde a homossexualidade seja apresentada de forma real, longe dos estereótipos construídos com intuito de arrancar risos fáceis e motivadores de preconceitos, violência e humilhações.

O livro é lindo, curto e barato, ou seja, não tem desculpas para você não compra-lo para sua estante de livros gays.

E no mais continuemos firmes e fortes.

Referências
Livro Bem-te-vi;

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