Macbeth vem visualmente agressivo e com texto muito próximo do inglês escrito por William Shakespear o que torna sua assimilação lenta.
Macbeth, 2015
Estreia: 24 de Dezembro de 2015
PaÃs / Ano de Produção: Reino Unido/França/EUA / 2015
Duração: 113 minutos
Desde o começo fica claro que o diretor Justin Kurzel fez uma opção de investir pesadamente em fotografia e efeitos sonoros para prender a atenção do público dos dias de hoje, que não se contentaria com um filme só pautado nos diálogos de um inglês rebuscado, não atual e algumas vezes difÃcil de acompanhar.
Alguns podem dizer que tais distrações tiram o foco do poder do texto escrito por um dos maiores gênios da literatura e dramaturgia mundial, porém, verdade seja dita, o texto é muito fiel ao original e dá a impressão que os diálogos foram criados a partir das cenas e não ao contrário.
Porém, ao contrário dos puristas, acredito que nesse caso, som e imagem vieram somar elementos audiovisuais bem interessantes ao texto vigoroso de Shakespeare, resultando em um filme denso, impactante e desafiador ao expectador, mas ao mesmo tempo interessante, dinâmico e atual.
A atualidade do filme reside justamente nas questões universais que são levantadas pelo texto, como traição, desejo, cobiça, lealdade, maldade, loucura… Na história Macbeth é um grande general irlandês que, impulsionado pela previsão de 4 bruxas e instigado pela maldade inescrupulosa de sua esposa, assassina o rei, seu primo, e toma para si a coroa, ato que o leva mais tarde à loucura.
Os dramas são originais do texto de Shakespeare e a atuação vigorosa de Michael Fassbender acaba por dar uma profundidade interessante ao seu Macbeth. Marion Cotillard segura bem a maldade e falta de escrúpulos de sua Lady Macbeth, mas sem grandes rompantes de genialidade comparáveis à sua Edith Piaf.
A cena da batalha final é de uma beleza estética muito apropriada ao texto, com um jogo interessantÃssimo de luzes, sombras e cores obscuras e profundas. É um filme que vale a pena ser conferido, mas certamente não vai agradar a todos.