O casamento civil homoafetivo na Irlanda ganha aprovação em um histórico referendo que demonstra para o mundo um exemplo de civilidade.
O sim pelo casamento homossexual foi aprovado com 62,07% dos votos no referendo do dia 22/05 e com isso será introduzido uma emenda na constituição a frase: “Casamentos devem ser contraídos por lei por duas pessoas sem nenhuma distinção de sexo”.
Além da diferença da civilidade da população, o voto lá também não é obrigatório e para essa eleição houve uma grande mobilização principalmente dos mais jovens que chegaram a pedir para seus familiares mais idosos o voto pelo sim.
O resultado foi um comparecimento de 60,52% da população para o referendo. Esse índice de participação é o mais alto desde o referendo sobre a legalização do divórcio, em 1996.
O primeiro ministro, que é do partido democrata-cristão, comemorou o resultado das eleições e disse que a Irlanda demonstrou ao mundo a vontade de continuar avançando para “criar uma sociedade mais justa e sensível”.
Repercussão
O grupo irlandês U2 que está em turnê pela América do Norte fez uma homenagem ao resultado do referendo. Durante o show Bono trocou o trecho de uma canção de “They could not take your pride” (Eles não poderiam tirar o seu orgulho) em “They could not take away your gay pride” (Eles não poderiam tirar o seu orgulho gay).
No Twitter do grupo foi publicado: “Temos paz na Irlanda hoje! E de fato neste mesmo dia temos verdadeira igualdade na Irlanda”.
Logo após o resultado, o Papa e o Vaticano não emitiram nenhum comunicado oficial, apenas o jornal do Vaticano, l’Osservatore Romano, publicou que constitui um “desafio” e uma “derrota” à igreja.
Mas na terça-feira o cardeal Pietro Parolin, secretário de estado da Santa Sé e que é a segunda figura na hierarquia da igreja católica, em uma conferência de imprensa, comentou o resultado do referendo e disse que foi “uma derrota para a humanidade” e que isso o deixou “profundamente triste”.
E também, enquanto vemos o casamento civil homoafetivo na Irlanda ganhando espaço, no Brasil, onde não se respeita nem o resultado de uma eleição presidencial ou a escolha de um time de futebol, creio que será um pouco difícil encontrar civilidade na população para a aprovação de qualquer reconhecimento dos direitos LGBT através de referendos.
Mas continuemos esperando por dias melhores, para sempre.
Abraços, Sam.