Consertando Frank: Peça sobre a terapia de reversão da homossexualidade

Consertando Frank debate a terapia de reversão da homossexualidade a partir do confronto entre um repórter gay e um ardiloso terapeuta.

Consertando Frank
Consertando Frank

Com texto delicado e sutil, vemos os personagens do repórter gay – Frank Johnston – disposto a denunciar o tratamento do ardiloso terapeuta – Dr. Arthur Apsey.

A trama ganha ainda mais conflitos pelo envolvimento do namorado do repórter – Jonathan Baldwin –, um psicólogo que atende antigos pacientes da terapia de reversão e influencia o jornalista a fazer a denúncia.

Baseado no texto de Ken Hanes, autor de vários livros com temática LGBT, a peça brinca com nosso psicológico ao colocar nos discursos desses dois homens que cercam o repórter, diversas frases que representam muitos dos pensamentos experimentados por nós, homens gays, durante nossa vida e auto-aceitação.

Em certo momento, a imersão nas conversas com o Dr. Apsey levam o repórter, por exemplo, a duvidar da impossibilidade da reversão e a questionar sua própria sexualidade. Com isso, os conflitos entre ele e seu namorado se intensificam deixando a mente do jornalista confusa.

A partir daí, vemos a presença desses homens flutuarem entre conversas reais e vozes em sua mente, ora defendendo a homossexualidade, ora questionando ser ela, na verdade, uma escolha passível de ser revertida.

O texto vai, então, se tornando pesado para quem vivenciou na própria mente as perguntas e os conflitos representado nas conversas e situações em que o jornalista se envolve.

O desfecho da história não lhe entrega leveza e deixa provocações difíceis de ser digeridas, entregando nas mãos da plateia a decisão de como absorver os acontecimentos e o que pensar deles.

É uma daqueles obras cuja interpretação e diálogos posteriores vão depender muito da experiência pessoal de quem assistiu a obra.

Eu, particularmente, demorei um pouco para digerir as informações e mantive bons diálogos com os amigos que me acompanharam para ver a peça. Assim, extrapolamos os significados pessoais e construimos uma leitura maior unindo e confrontando nossas opiniões.

Foi uma excelente experiência.

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