O dia do orgulho LGBT 2019 trás a memória os 50 anos da Revolta que ocorreu no bar Stonewall Inn em Nova York.
O bar de Stonewall Inn recebia uma grande variedade de clientes e era conhecido por ser popular entre as pessoas mais pobres e marginalizadas da comunidade gay: drag queens, transgêneros, homens efeminados jovens, lésbicas masculinizadas, prostitutos e jovens sem-teto.
Em 1960 ainda era crime a relação entre pessoas do mesmo sexo em todos os estados americanos. Apesar de já haverem protestos em busca e direitos igualitários as pessoas se encontravam em guetos, como prosseguiu por muitos anos em vários lugares do mundo como no Brasil.
Stonewall tinha a particularidade de seus donos terem relações estreitas com a máfia e assim pagavam propinas aos policiais para não serem incomodados e nem seus clientes.
Porém o bar não tinha autorização para vender bebidas alcoólicas e, sob esse pretexto, na madrugada de 28 de junho de 1960 a polícia invadiu o bar e prendeu seus responsáveis e frequentadores que não estivessem vestidos de acordo com o seu gênero como drag queens e travestis.
Em determinado momento, os demais frequentadores se revoltaram e começaram a agredir os policiais que foram levados e presos dentro do bar.
Na manhã seguinte quando os policiais deixaram o local, os administradores colocaram um aviso dizendo que o bar voltaria as suas atividades normalmente, mas o estopim já havia sido aceso e a sociedade gay de Nova York que até em então estava no armário, se uniu aos que estavam no bar aquela noite e as manifestações prosseguiram por seis dias.
A partir de então começaram a surgir as primeiras organizações para defender os direitos dos homossexuais. No primeiro ano da revolta de Stonewall, houve uma marcha LGBT em Nova York, Los Angeles, San Francisco e Chicago, para relembrar a data. No ano seguinte, a marcha para relembrar Stonewall chegaria à Europa, acontecendo também em Londres, Paris, na parte ocidental de Berlim e em Estocolmo.
Durante esses acontecimentos nos EUA e Europa, o Brasil vivia o auge da ditadura militar e não era só a comunidade LGBT que não tinha o direito de se manifestar.
As primeiras manifestações no Brasil começam a partir de 1978, mas por não ter um local de maior concentração como acontecia em Nova York, o movimento era mais frágil e foi preciso se unir com outras causas como em 1980 quando um grupo LGBT se uniu a movimentos sindicais no dia 1º de maio para protestarem.
Nesses 50 anos muitas coisas avançaram e retrocederam como em uma dança de valsa. Muitos países descriminalizaram a homossexualidade e já permitem o casamento entre pessoas do mesmo sexo, auxiliam nas cirurgias de adequação do orgão sexual ao gênero da pessoa, permitem a mudança do nome ou a inclusão de nomes sociais em documentações, etc. Por outro lado, há diversos países que a homossexualidade ainda é crime com punição de pena de morte.
No Brasil, o congresso recusa-se a ajudar na evolução dos direitos da comunidade LGBT. Formado por muitos preconceituosos e religiosos, tem feito de tudo para que nenhum avanço nessa área prossiga nas votações.
O que tem nos ajudado por aqui é a justiça que através dos tribunais superiores como STJ e STF tem nos dado o direito ao casamento, nomes sociais, cirurgias de adequação e esse ano a criminalização da homofobia, igualando ao crime de racismo.
A eleição do atual presidente foi um grande retrocesso. Preconceituoso e homofóbico com orgulho, mesmo que sem agir legalmente, é uma péssima influencia para os homofóbicos da sociedade que se sentirem fortalecidos em continuar e aumentar os ataques contra a comunidade LGBT.
O Brasil ainda é o país que mais registra assassinatos de integrantes a comunidade LGBT.
Por isso a importância de nesse dia do orgulho LGBT 2019 relembrarmos toda a história dessa comunidade e com orgulho, não de sermos integrantes dessa comunidade porque isso é uma condição, mas com orgulho de sermos guerreiros e resistentes continuarmos a lutar para que o futuro seja melhor para nós e para as futuras gerações.
Quero deixar aqui a dica de dois filmes para quem que me emocionam muito sobre essa luta constante.
Milk – A voz da Igualdade
Orações para Bobby
Há diversos sites com informações para e sobre a comunidade LGBT, vou deixar como indicação um canal no Youtube que acompanho e gosto muito que é o Põe Na Roda.
Gosto desse canal porque abre espaços para todos os integrantes da sigla LGBT e de forma descontraída chama a atenção para casos importantes como pessoas que ainda vivem no armário, estão saindo e que ainda sofre preconceitos, etc.
Assim amigos, concluo dizendo que a luta continua e que não há como não participar dessa luta, porque não estamos nela por opção, fomos jogados nela e tentar se esconder e não dar a cara a tapa, lutar por respeito é sofrer da mesma forma.
Não vão te poupar nas ruas, no trabalho, escolas e faculdades e até mesmo dentro da sua família só porque você não é um ativista.
Então já que querem nos provocar, vamos aceitar a provocação e ir a luta por dias melhores para sempre.
E feliz dia do orgulho LGBT 2019.
