A homofobia em viagens é algo extremamente difícil que homossexuais “não passáveis” passam constantemente.
Além da perseguição e violência sofridas no dia a dia, no ambiente em que vivemos, ainda passamos por isso quando vamos conhecer novos lugares.
Viajar para mim sempre foi algo complicado, pois sei que vou passar por alguma violência pelo simples fato de existir.
Isso é algo que uma pessoa cisnormativa, hétero ou homossexual, não conhece, afinal se passa por alguém dentro da normativa atual e tudo fica mais fácil.
Eu sempre sofri perseguições, tanto dentro da cidade que vivo, quanto em lugares que visito.
E como quase sempre viajo sozinho, seja a trabalho ou passeio, muitas vezes passo por esse tipo de violência sozinho.
Infelizmente em todas as viagens que já fiz pelo Brasil sempre sofri algum tipo de violência por ser um homem gay “não passável”.
Algumas dessas violências vieram fisicamente, outras como ofensas públicas e algumas mais disfarçadas como pessoas não querendo me atender e “passando” essa tarefa para os funcionários mais “flexíveis” do estabelecimento.
Tanto em hotéis, em restaurantes, quanto em lojas, o preconceito sempre vem. Essa é uma constante na minha vida.
Claro que isso não me para, continuo viajando e conhecendo lugares, mas hoje entendo por que queria tanto ser invisível quando jovem.
Afinal, tudo que eu gostaria era andar livremente pelos lugares sem alguém, por seu puro preconceito, praticar violência contra minha existência gratuitamente.
E olha que ainda tenho a vantagem de usar um veículo particular, o que me reserva de mais violência que poderia acontecer com os serviços de transporte coletivo.
Assim, é até engraçado como temos que ser fortes, mesmo quando estamos de férias e só gostaríamos de relaxar, conhecendo prédios, pontos turísticos e vivendo nossas vidas.
Nesse sentido, cansa muito ser gay e viver passando por algum tipo de violência.
E que raiva passar por isso sempre, sempre e sempre.
Nossa luta não para, não descansa. Não tem feriado, Ano Novo, festa de aniversário etc.
Todo dia lutamos para simplesmente existir e sermos respeitados.
Que belo mundo merda que vivemos!
