Homofobia vende mais que sexo

Homofobia vende mais que sexo, talvez por isso seja tão usado por alguns para angariar fama, votos e dinheiro.

Em um episódio de Os Simpsons, Homer ajuda Bart a se eleger criando um cartaz com a palavra “sexo” destacada e abaixo a frase “agora que chamamos sua atenção, vote em Bart”.

A brincadeira não poderia ser mais cirúrgica, afinal nada chamaria mais atenção das pessoas do que sexo.

Mas os tempos mudaram e agora o chamariz é causar uma controvérsia, e quanto maior, melhor.

Assim vem na esteira os falsos evangélicos com seus discursos, tão vazios que carecem de muita mentira para serem promovidos, vendendo suas candidaturas políticas que “salvarão a todos”.

Uma pessoa mais desatenta pode até cair no discursinho barato de “salvar a família” ou “salvar as criancinhas”, mas qualquer reflexão mais rasa já culmina em uma percepção de que o único desejo desses é o dinheiro, que pode vir por meio de salários e benefícios polpudos da máquina pública ou de campanhas pagas por meio das gigantes da internet.

Assim o apresentador lunático do programa sensacionalista desponta como candidato a cargos eletivos, mesmo não tendo uma gota sequer de responsabilidade ou consciência social.

A influenciadora evangélica, que se vangloria em recomendar a morte aos outros, e até a duvidosa médica que mentiu mais que Judas em seu beijo de morte aparecem se vendendo como uma alternativa honesta [sic].

E a velha vergonha na cara já nem existe mais. Mentir é a nova verdade e o importante mesmo é o engajamento nas redes sociais.

Agir com homofobia, racismo, lgbtfobia então enche os olhos desses que estão sedentos por fama e fortuna fácil.

Usando Cristo, Deus ou qualquer outro subterfugio, eles vêm saltitando animados em ver seus nomes estampados nas manchetes.

Falem mal das feministas, ofenda gays, ignore o racismo e pronto, ganhe engajamento e dinheiro. Fama e fortuna, fácil e simples.

O custo é apenas a perda da consciência, da empatia, do respeito, de humanidade, mas do que vale isso hoje?

Afinal, respeito compra Rolex? Consciência ou empatia te leva para uma voltinha de lancha com o dinheiro alheio?

Claro que não.

O que fica óbvio é que gerar polêmica é a bola da vez e, nesse contexto, a homofobia está dando um show em atrair público, mais inclusive que sexo.

Talvez se o antigo episódio de Os Simpsons fosse hoje, ao invés da palavra sexo em destaque, eles trariam a frase “gays tem que morrer” para chamar atenção e vender um político fedendo a hipocrisia para um cargo qualquer no governo.

E assim, com a mentalidade de que a homofobia vende mais que sexo, vidas humanas se tornam apenas moedas de troca por fama e fortuna.

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